20 de setembro de 2024

O corpo do seu pet fala

Por Dra. Tizianne Larissa Duim Ribeiro Nakagawa – CRMV-SC 4442
Médica veterinária responsável técnica do Laboratório CITOVET

   A perda de um animal querido sempre foi um acontecimento doloroso, já que para muitos os pets são como membros da família.  

  Com o avanço da tecnologia na medicina veterinária é possível identificar previamente as enfermidades que podem levar o animal a óbito. No entanto, quando isso não é possível, o exame do cadáver pode oferecer uma oportunidade única para descobrir o que causou a morte de nosso amigo fiel.

   Inúmeras informações podem ser obtidas através do exame post mortem (após a morte) ou necropsia. Na prática veterinária muitas vezes é mais fácil obter um diagnóstico no animal morto do que no animal vivo. A necropsia oferece uma abordagem ampla e sem restrições, permitindo ao patologista veterinário um exame detalhado do animal, por dentro e por fora.

   Para muitos, pode parecer um procedimento de pouca importância, já que o animal já faleceu, mas este procedimento pode desvendar mistérios importantes sobre a causa da morte do animal, sendo extremamente indicado na prática veterinária, principalmente quando a causa da morte é incerta, quando o animal morre subtamente, quando existe suspeita de uma doença infecto-contagiosa ou zoonótica, ou quando o veterinário solicita o procedimento.

  Através da necropsia podemos saber como e porquê nosso animal morreu e isso pode evitar futuras mortes desnecessárias, permite correções no manejo animal, aperfeiçoa a prática da clínica médica, aprimora o conhecimento científico, entre outras inúmeras vantagens.

  O exame post mortem compreende um exame macro e microscópio detalhado dos órgãos e estruturas internas e externas do corpo. Fragmentos de tecidos ou vários tipos de amostras biológicas podem ser obtidas e encaminhadas para o laboratório fornecendo diagnósticos compatíveis ou sugestivos de determinadas doenças. Apesar de ser uma técnica bastante precisa, deve-se ter em mente que em alguns aspectos devem ser considerados. Pouco depois da morte, todos os seres vivos se decompõem (autólise) e este processo é acelerado com altas temperaturas. 

   O processo de autólise prejudica o exame post mortem e pode até mesmo inviabilizar o diagnóstico. Por este motivo, o ideal é que a necropsia seja realizada pouco depois da morte do animal. Caso isso não seja possível, deve-se refrigerar o cadáver, evitando –se o congelamento, que por sua vê também prejudica o diagnóstico.

   Autópsias são para humanos assim como as necropsia são para os animais e devem ser consideradas tão importantes para animais como o são para humanos. Tenha sempre em mente, seu amigo fiel pode contribuir muito com a vida e a medicina, pois mesmo depois da morte , seu corpo sem vida, fala.

Dra. Tizianne Larissa Duim Ribeiro Nakagawa é médica veterinária, graduada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), concluiu também os cursos de Perícia Veterinária Forense e residência em Patologia Animal pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Nos anos de 2008 e 2009 desenvolveu pesquisas nas áreas de Patologia e Oncologia de animais domésticos, exóticos e silvestres na Gifu University, no Japão, através do incentivo e suporte promovido pelo Ministério da Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia daquele país.

Atendimento para animais de pequeno e grande porte.
Maiores informações:
(48) 98829-1588

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